sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Soneto de Outono



No alvorecer de uma manhã pálida
Ouvi a melodia de um rouxinol
Logo pensei no amor
Floresceu na alma a inspiração
O lirismo dominou meu coração.

Meus olhos vagaram sobre a estante
Procurando um livro
Nenhum deles chamou-me atenção
Foi no velho sótão que encontrei
Entre retalhos, antigos botões
Fotos amareladas e trastes
Um livro de Shakespeare
O romance Romeu e Julieta.

Senti cada palavra
Amei cada segundo de emoção
Desejei tomar os momentos em meus braços
E afagar com ternura 
Desejei a primavera, suspirei pelo verão
Amando estava um pretendente coração.

Certo dia em minha porta
Uma folha encontrei
Era um soneto de outono
Que em meu coração guardei
Enviado por um desconhecido
Talvez alguém, que sempre amei.

Suplício da Saudade



No fim de tarde
O mar bramava tristonho
Melodia de uma sinfonia de ondas
Desfaziam-se nos rochedos da praia.

Agitação marítima, marinheiros saudosos
A lembrança do velho pai
Dos pães da amorosa mãe
Dos carinhos da namorada.

Dias que vão e não voltam
Perdidos no passado
Imagens inesquecíveis
Retratados pela retina.

Melancolia de fim de tarde
Lembranças de alto-mar
Enclausurados em um navio
O sentimento busca longe.

Em um cais de um porto qualquer
Uma emoção revive um instante
Para que as horas não demorem a passar
Fazendo delas suplício da saudade.

Quando o navio aporta
São sorrisos ansiosos
Que buscam entre a multidão
Um alguém que retorna.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Onde estás?



Onde estás?
Sinto-me só, um vazio que não sei explicar
Meu desejo te chama
Estou aqui, tão perto
Vem... me arrebata em teus braços
Beija-me a boca 
Como se fosse o último beijo.

Vem me cantar sorrindo

Teu sorriso é lindo
Onde estás meu desejo?
Os dias passam, o vazio permanece
E aí te vejo entre outras faces
Lá está você, descomprometido
E ao mesmo tempo, tão comprometido...
Mas não vens.



Boca na Boca


A parceria exata
Boca na boca
Frisson de segundos
Enrosca e abate
Um desejo que aumenta
Afronta dúvidas
Não titubeia, voraz
Sela, incumbe
Aumenta, cala
Domina, manda
Um início, uma medida
Uma flor desabrocha
Uma despedida
Um recomeço
Que nunca termina
Onde fabricamos
Incessantemente
Beijos.




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Mal Resolvido


Me escondeste na prateleira d'alma
Para que nem mesmo tu, encontrasse
Não quiseste desfazer-se dos sentimentos
Prostrados na cama da solidão.

No relicário do íntimo padecem
Sentimentos mofados e hostis
Mistura mal resolvida
De Amor e dor.

Amor não correspondido
Destes que não tem solução
Insatisfação sufoca o peito
Repelindo a culpa ausente.

O arrependimento abriu a porta,
Da prateleira caíram sonhos
A alma suspirou aliviada.
Então passaste a viver.

Liberto do cativeiro do medo
De enfrentar a verdade
Emoções que perderam a validade de uso
Querias apenas ser feliz.




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Perfume das Intenções

 
Entrega as intenções
Sem perceber-se
Como escondê-las?
Com olhos famintos
Deixa exalar o desejo
A carne não resiste
O corpo entrega-se
Faminto e sequioso
Em um jogo de carícias
Intensas e prolongadas.
Sensações na pele exalam
O perfume das intenções.

Acróstico



Incólumes sentimentos

Abraçam o íntimo

Resignados ao amor

Acariciados pela alma.



Lembranças de outrora

Amores que vem e vão

Deixam suas marcas

Verdades e mentiras

Impressas na memória

Gestadas pelas emoções.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O Destino

Cárcere


Fizeste da carne
Um cárcere privado
Já não consegue libertar-se.
De que adianta o corpo
Na ausência de sentimentos?
Engodo momentâneo
Falsas premissas
A negação do amor
Subjugado ao corpo
Delituoso e canibal
Preso no submundo
Do ópio da carne.








terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ilusão



Riscaste meu livro
Rasurando as páginas
Desfolhadas, sem dó
Por tua indiferença.

A cada dia, um engano
Mentiras e farsas
Palavras soltas sem rumo
Promessas de cama.

Momento febril da ilusão
Bandida e sofrida
Traças do tempo
Corroem a história.

Encenada e triste
Rabiscada no livro de memórias
Que guardo no íntimo
Esconderijo da dor.
  
                      






segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Rua da Vida



Na rua do  coração
Existem várias ruelas
Entrei em todas
Encontrei você
Estavas disperso
A mercê do destino
E assim por acaso
Encontrei o amor
Perfume da alma
Inebriada de alegria
Fazendo-me sorrir à toa
Há este meu amor 
Onde estás agora?
Na rua da vida.

              












Beliscando a Alma

O amor belisca a alma
Convidando a vida
Inova fazendo poesia
Que rabiscas no coração.
Alopatia dos sentimentos
Acorda com beijo estalado
Amar é a cura
Desfazendo-se de armaduras
Amam-se na medida exata
Expurgo do ócio das emoções.

                    

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Beleza Agreste


Lábios carnudos
Silhueta bem feita
Pele de seda tostada do sol
Ofuscam a beleza agreste
Mulher de sorriso prosa
Cabelos negros e cacheados
Que balouçam ao vento.
Na beira do rio
Paradeiro de rotina
Banha as esperanças
Em águas mansas
Onde pousa a nudez
Na severidade tórrida do tempo
Agreste  agride.

             









Às escondidas

 

No espelho te vejo
Fazendo caretas
Traquinagens às escondidas
Menino inquieto
Porreta! Safado
Não perde tempo
Bolina, as revistas.

     

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Por onde andas?


Por onde andas?
Que não vens me ver.
Distraído, nem percebe
A falta que fazes.
O que faço com o amor descosturado
Com o leito vazio
Noites quietas falam muito
Não me deixam dormir
Pílulas de sonhos, tomo todas
Para te ver  ao meu lado
Saciando o íntimo desejo
De estarmos em nós.

                  

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tecnologia x Interação humana


Apenas um momento


 

Uma balada, nossa lembrança
Caminhando à beira-mar
Ouvindo o gemido das ondas
Sentindo o Bafejar da noite 
Salivando sereno.

No alto mar das lembranças
Onde sonhos navegam
Mais um dia no folhetim de ontem
Abraços, beijos e suspiros
Apenas um momento a recordar.