segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Repaginar-se em 2014


Quando tudo parece não ter mais importância, e as coisas começam a perder a graça, é porque está na hora de dar uma parada estratégica para repensar tudo que já foi feito. E, se for preciso, recomeçar as coisas do zero.
Muitas das insatisfações assumem uma dimensão sufocante em relação a questões como: trabalho, relacionamentos, finanças e objetivos que não foram alcançados. O que torna necessário rever tudo e traçar caminhos, metas e objetivos. É preciso rever atitudes, buscar respostas que contribuam para que o problema que incomoda seja resolvido.
Há momentos na vida que pedem uma repaginada, uma motivação que nos leve de volta à satisfação em nossas atividades e, no decorrer delas, em nossos relacionamentos, como somos com os outros, ou seja, naquilo que damos e recebemos.
Repaginar-se é rever com a ideia de buscar novos conceitos e ter atitudes! É perceber-se mais vivo do que nunca. É amar, muito, tudo o que se faz, e estar entusiasmado por estar vivendo. É trocar experiências, momentos, e ter uma sensação plena de produtividade e realização.
Então, não é difícil. É só apostar e começar! Refazer com carinho teu “INTERIOR” e jogar fora aquilo que já não serve mais e está pra lá de ultrapassado, principalmente aquelas caixinhas que guardas bem escondidinhas, com o acesso proibido. JOGA TUDO FORA! 
Repagina-te. Não espera mais. O relógio não para e a vida vai te cobrar isso, a cada minuto, por horas, por dias... Sempre, quem sabe?

                                                        I.Ladvig

Apenas, palavras

 

 Semeei tuas promessas
Nos ajardinados das expectativas
Do esperançoso coração
Porém, não vingaram.
Frágeis e fugidias
Nada frutificou na intenção.
Apenas, mais uma tentativa
No labor de palavras
                                         Que tão facilmente os lábios expressam.                                   










Amo a liberdade


"Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei.Se não voltarem é porque nunca as possuí." - John Lennon


domingo, 22 de dezembro de 2013

Alamedas da Vida



Por alamedas escuras caminhava. Estava frio, sentia a aragem molhando meu semblante desfigurado pelas desilusões cotidianas em que ainda encontrava estímulo para continuar seguindo.
Sabe Deus o que faz quando nos dá o desígnio precioso do livre-arbítrio para construirmos nossas vidas e edificar o alicerce da felicidade, ou a infelicidade de permanecermos omissos à razão, na mórbida escolha de ficarmos calados, sem vislumbrar a realidade tal como é, acomodando-nos no medo.
O tempo passou. O cristal do medo partiu-se ao tombar no mármore da realidade, fragmentos de uma prisão de sentimentos, enquanto a alma anseia pela liberdade e, sem acomodar-se, busca seu aconchego na paz.
Por alamedas iluminadas caminhava abraçada à perseverança, incansável companheira, para fazer dos meus dias um desafio constante de ser feliz, e viver na plenitude de ser humano. Ser humano que busca aperfeiçoar-se, aprendendo com seus desacertos, caindo e levantando-se fortalecido, para poder apreender e ensinar os outros a serem mais felizes com o simples prazer de estender a mão, de abrir os braços e abraçar com amor uma justa causa, que se chama vida.
Ser feliz é poder enxergar que, além de nós, existe um universo chamado “gente” nas alamedas da vida, que precisam da nossa benevolência, respeito, amor e compreensão, e a oportunidade que temos de fazê-los felizes.

                                                                         I.Ladvig

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tela Nua

 

    Pintando um quadro
Cheia de sugestões
Pensei numa imagem
Uma face desbotada
Pela falta de expressão
Um sentimento de vida
Dei cor aos olhos cansados
Vida a boca carnuda
Enrubesci o rosto pálido.

Sucumbida por imaginações,
Fechei os olhos
Te abracei no silêncio
Acarinhou-me com ternura
Desfez-se todo em meus braços
Amou-me num painel de cores
Pintou o sete em minha tela nua.



Mar de Amor

 

Agitas fagueiro
o mar de amor.
Faminto, sacia a miséria
alimentando-se de carinhos.
Como um furacão, não perdoa
arrasta quando passa.
Pujante, aquieta-se
Farto sossega
Como um menino indefeso
Sereno, adormece
Nos braços da amada.

                            

























A FÉ



















Fé é uma palavra tão pequena, mas de imensurável grandeza e valor. Ter fé é crer na possibilidade do vir acontecer, acreditar que é possível, entregando-se a um sentimento irrestrito, forte e de confiança na existência de algo, ou na possibilidade de algum acontecimento.
Pode ser movida através de uma crença religiosa, por um sentimento positivo na forma de encarar a vida, geralmente, por parte de pessoas marcadas pela persistência e que possuem alto grau de expectativas em relação à vida. São pessoas com tendências a ter uma personalidade amistosa, espiritualizada e bem humorada em relação às práticas existenciais cotidianas.
A fé constrói em torno de si uma rede de intenções com alto poder de irradiação de energia positiva. Quando acreditamos em algo estamos muito mais predispostos a alcançar nosso objetivo, pois nossa fé irá nos mover em função do que desejamos. Será o fio condutor energético altamente potente, espiritualmente falando, que irá vibrar no cosmo como um pedido contínuo.
O sopro da fé em nossas vidas nos dá uma percepção aflorada das possibilidades que nos cercam diante dos nossos problemas a resolver, como um sol de expectativas, um leque de possibilidades. Tê-la é acreditar em dias melhores, e pensar que tudo é possível, quando acreditamos nessa possibilidade.
Pensando desta forma, os problemas ganham uma dimensão menor, e aumenta a capacidade e o estímulo para conseguir um bom domínio existencial, sabendo driblar as dificuldades impostas ao longo do caminho. 
 A fé não age sozinha, é preciso protagonizar ações, fazer algo para que as coisas aconteçam. Nada é por acaso, nem de graça. Pensa nisso! Talvez isso seja o início de uma mudança na  forma de agir e pensar.
Se estás desacreditado ou até descrente de qualquer possibilidade de mudar os acontecimentos em tua vida, é porque, realmente, está na hora de repensar tudo o que foi feito e “repaginar-se”. Traçar novos objetivos e metas, e ir à luta. Para isso é preciso reconhecer-se como protagonista, ou seja, assumir o papel principal da sua história. Tens que fazer por ti o que ninguém poderá fazer. É preciso ter fé, acreditar que as coisas vão acontecer porque estás empenhado em buscá-las. Se preciso, buscar novos caminhos e confiar que vais chegar lá! É necessário estar imbuído de persistência, disciplina e atitudes. O importante é acreditares em si mesmo e partir para a ação concreta, sem ficar perdendo tempo com esboços do que poderia acontecer de bom. Sem ação as coisas não procedem, não há resultados, tampouco eficiência ou eficácia.
A fé não te limita à espera, mas empurra para uma incessante busca. Ela é atemporal e interage em todos os aspectos existenciais. Quem possui fé tem mais probabilidade de alcançar a longevidade e qualidade de vida. Além do que, pessoas com essa dádiva, irradiam sempre muita força espiritual e alegria. São pessoas movidas pelo entusiasmo de viver bem e que buscam qualidade em tudo que fazem. 

                                                                         I.Ladvig

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pudera eu, quisera

 Pudera eu mandar um envelope
                                        Cheio de alegrias                                           
Endereçado a muitos que desconheço.
E neste, um souvenir
Brinde surpresa, patuá da felicidade
Pendurado no pescoço da esperança perdida.
Uma janela, um sol
Jaz uma ferida, cicatriz de destemperos.
Afinal, o tempo tudo cura 
São desejos de amizade
De ternura e verdade
Pudera eu, quisera!
Ser  carta de alforria
Libertar os preconceitos
Que prendem a vida de ser feliz!

          










terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"Abrace a vida com paixão..."

Há ... esta paixão!


O sentimento já existia
Antes de acontecer, instalou-se.
Tormento de várias horas
Horas que não passam.
Sufoco a ansiedade de vê-lo,
Na imagem fictícia de um momento
Onde nós nos encontramos,
Onde a realidade é outra
Intensa e firme
Louca e suave
Estremecendo o firmamento sentimental
Como um vício que entorpece a alma
Que desliga os sentidos
Viaja pelos astros
Momentos de emoção

Compaixão de almas cansadas.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Confissão

Como num filme de ontem
Assisti os apelos de uma confissão
Um dia atrás do outro, revelações.
E cada vez que nos encontrávamos
Mais uma verdade à tona.
Eras uma mentira ambulante
Acreditava ser verdade
Ilustrada no diário íntimo.
Pena! acabei transportando as expectativas
Para um caderno de memórias
Guardo no sótão do esquecimento.
Não existem chances, nem recomeço

Quando tudo começa com uma mentira.

Desapercebidos






Hoje caminhei pela rota do entardecer. Fazia uma bela tarde, um sol de prelúdio de primavera, poético. Os pássaros gorjeavam alegremente, prenuncio da estação das flores. A rua quieta, apenas ouvia-se o farfalhar das folhas ao serem pisadas de  forma vigorosa.
A temperatura estava amena, agradável. Caminhando costeando o rio Guaíba, senti o frescor da brisa batendo no meu rosto, os cabelos esvoaçavam, sentia-me feliz por estar ali. As ondas movimentavam-se astutas, e faziam um gostoso sussurro aos tímpanos.
Os transeuntes caminhavam animados, muitas pessoas aproveitavam para pegar um sol, passear com o cachorro, reunir-se com amigos. Há... E aqueles que não abrem mão de um tradicional choppinho de fim tarde à beira do rio, com ingresso gratuito ao espetáculo encenado pelo sol, que se punha esplendorosamente. Ensaios fotográficos retratados pela retina, perfeito!
Quanta coisa linda para ser admirada. Apurei o passo e no compasso do fim de tarde, fui caminhando até o lugar de sempre, ao pórtico que fica no alto do morro. Lugar na medida, para presenciar a beleza da natureza interagindo com toda sua faceirice. Via-se ao longe, veleiros que desfilavam sua graça, esguios, sob as águas tranquilas, deslizando sonhos.
Aos poucos, a tarde vai caindo, e o sol de mansinho se retira do cenário.  O entardecer se despede com um beijo cálido e morno para um porvir.
E assim, as pessoas seguem para suas casas, encerrando mais um dia, e ficando na expectativa de outro ainda melhor.
Sigo meu trajeto, descontraidamente, e pelas ruelas solitárias, vou admirando as casas, todas enfileiradas, lado a lado, de diferentes contrastes, cores, formas e estilos. Que abrigam sonhos, realidades, alegrias, tristezas, famílias, ermitões ou simplesmente, vidas.
Vidas que buscam no cotidiano, o revolver das palavras, ações, sentimentos, viver da melhor forma e garimpar ideais, objetivos, focos, metas, ou meramente sonhos.
E assim todos os dias, com as bênçãos plenas da natureza que em silêncio assiste a rotina diária, interagindo e regando os dias com bom humor. E nada como um dia atrás do outro para nos mostrar que vale a pena contrastar com este cenário absoluto, dividirmos espaço, com tudo que nos cerca além daquilo que possuímos, pois a beleza maior está naquilo em que não podemos pagar e comprar. É uma relíquia que pertence a todos, não tem preço, não custa nada, apenas o prazer de admirar!
E na solitude, sigo em frente, admirando tudo, em detalhes. Anoitece, e chego em casa com a sensação de “quero mais”.No ensejo gostoso de saber que no outro dia, farei a mesma coisa, seguirei o mesmo trajeto, mas com certeza, adentrarei em cenários diferentes, e coisas novas “apreenderei” em minha retina. 
Muitas vezes, não nos damos conta quantos detalhes nos passam pela vida a fora, despercebidos do nosso olhar. Deixamos de admirar tantas coisas bonitas para nos perdermos em coisas fúteis, aí esquecemos de viver, e então passamos também a ficarmos despercebidos de nós mesmos e dos outros.

                                                                Iara Ladvig

domingo, 15 de dezembro de 2013

Relacionamento: O erro não está no outro.



            O tempo, ao passar, vai mostrando muitas coisas e ensinando também.  Algumas são evidentes, não tem como não querer enxergar. Outras, preferimos ignorar, pois isto nos deixa seguros. E tem aquelas que fingimos não ver, e que lá no fundo, nos incomoda. Talvez assim, nos enganando, é mais fácil de contornar a dor de um relacionamento frustrado, momento em que procuramos várias respostas, até mesmo nos sabotar de alguma forma, com a esperança de encontrarmos mais adiante, um belo arco-íris para colorir nossa vida.

               O erro não está no outro, mas na forma de como percebemos a realidade a nossa volta, como desejamos ser felizes a qualquer preço. Às vezes, o bom é não criar expectativa alguma, nos entretermos com as possibilidades do momento, e em algum instante, quando estivermos bem distraídos, encontrarmos uma nova possibilidade que nos faça feliz de verdade.

A Cultura da Aparência


“Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece.”
                                                                                            Franz Kafka

Atualmente nos deparamos com uma grande preocupação que é ter qualidade de vida. Em resposta, as pessoas se mobilizam para procurar viver da melhor maneira possível e conquistar uma expectativa média de vida que hoje é de 75 anos.
Tem se conseguido bons resultados, e uma estimativa que supera a idade. As mulheres demonstram maior persistência na busca da qualidade de vida: na alimentação, exercícios físicos, exames preventivos de rotina entre outros. Procuram estar atualizadas e interagindo com as novas descobertas e tecnologias que dão aporte científico. Estão ligadas e bem informadas!
Vaidosas, anseiam por viverem muito, pois ao longo dos anos, superaram tabus, travas, preconceitos e “chutaram o balde”. Hoje elas exigem dedicação plena a si mesma! Se amam! Por isso, mulheres de várias idades, ficaram mais bonitas e especialmente inteligentes, que adquirem com uma bagagem de emoções maduras, pois a beleza vem de dentro! A força nata do gênero, faz da mulher uma guerreira em todos os aspectos vivenciais, como já sabemos, ela gera vidas! Tem uma capacidade especial de vislumbrar várias atividades de forma simultânea e tem sensibilidade mais aguçada que a do homem.
A mulher tem demonstrado nesta última década, uma necessidade de buscar a juventude através do uso pertinente de cosméticos que prometem “milagre”, uma dieta saudável, intervenções cirúrgicas, prática diária de exercícios, incluindo a ida a academias de ginástica e a procura de uma série de terapias alternativas.
Todo o cuidado com a aparência demonstrou-se eficaz, porém quando a preocupação exacerbada leva a um delírio, de a qualquer preço conquistar medidas de “Barbie”, manequim de ninfetas, ignorando-se a idade, e respeitando a estrutura que o corpo vai adquirindo em cada fase, tanto a mulher como um homem, passam a demonstrar um problema com sua identidade, a não aceitação da sua condição física e beleza temporal. Quando o delírio superestimado do ego, inflado de convicções sob medidas esculturais, sobe à cabeça, perde-se o equilíbrio emocional, e muitas vezes, acaba ruindo com a capacidade do indivíduo em estabelecer ou manter relacionamentos, e em muitos casos, levando as deformidades e colocando a vida em risco, quando não a perdem. Isso não é qualidade de vida e nem vaidade sadia.
A futilidade e o apego demasiado na aparência, fazem com que o indivíduo esqueça das necessidades “emocionais e espirituais” ou seja, a conquista e a manutenção de amigos, a conversa sadia que não envolvam uma gama de cosméticos. Quando menos esperam, perderam seus cônjuges, filhos, amigos... Deixaram à vida passar, pois estavam muito preocupados com a beleza externa.
Tudo deve ser feito sem exageros, como uma coisa normal, cuidar da aparência para torná-la saudável, viçosa e  jovial. Não deixar de viver seu tempo, preocupados com uma ruga ali, outra lá. Procurar sim, estar bem e feliz junto aos seus, cultivar amizades, ter uma atividade laboral que lhe dê prazer, estar conectado com as mudanças, renovar as expectativas de vida, procurando viver de forma harmônica com tudo e todos, em visitar lugares desejados, em renovar constantemente o relacionamento com o cônjuge através de um diálogo maduro, compreensivo, amigo, respeitoso e acima de tudo, enamorado. Buscarem juntos coisas novas!
Procure viver os momentos intensamente, como se fosse o último dia da sua vida, o último suspiro! Sorva o ar, deixe-o penetrar nos pulmões e ame muito! Isso sim, é uma medida preventiva ao envelhecimento: físico, emocional e espiritual.
Ao invés de passarem horas no “espelho”, passem mais horas, amando, e se façam “plenos” de beleza e saúde, e principalmente, sintam-se “amados”. Uma mulher ou homem quando está sendo amado, rejuvenescem. Deixam transparecer na face um brilho de satisfação. Não tem plástica ou botox que reproduza o ar de êxtase, em uma expressão facial, de quando estamos amando. É adrenalina pura! Experimente, faz bem!
Amados pelo que somos, e não por um protótipo de um desejo fútil e passageiro, pois todos aqui, somos perenes, querendo ou não, o tempo nos vence, e à hora da partida chega!
Invista sim, em qualidade de vida, e procure ser feliz dentro dos próprios atributos físicos, emocionais e pessoais, trocando em miúdos, usem a beleza interna para se fazerem plenamente belos e interessantes!
A beleza interior nunca envelhece!

                                                                                Iara Ladvig

sábado, 14 de dezembro de 2013

Papas da língua - Eu sei

Adeus


Foi numa tarde ensolarada de primavera, que te reencontrei, parado em uma sinaleira, aguardando o sinal para atravessar a faixa de pedestres. O sinal vermelho e a paciência de esperar. Tão logo, abre, todos atravessam, e por um acaso nossas vidas se cruzam, depois de anos. Olhares que se encontram sorrindo, vibrando por aquele instante, e uma súbita taquicardia. As reações químicas do corpo se aceleram. E aí, tudo recomeçou.
 Um recomeço que não parecia ter fim, mas ao contrário do que poderíamos imaginar, foi uma breve passagem, para talvez, um adeus. Foram alguns encontros inesquecíveis, proezas da carne, memórias que ficaram, e nos traem às vezes, quando nos pegam pelas lembranças. Afinal, momentos vivenciados com cumplicidade, mil delícias de instantes, onde o mundo lá fora parecia não existir. Impossível esquecer, em algum momento, volta a lembrança, e por pitadas fraccionadas, se vive um turbilhão de sensações. 



                                                                             I.Ladvig

Meu Perfume




Meu perfume é inconfundível
É mistura etérea
De  singeleza nata
Faz morada na alma
Exalando o odor
Forte e inesquecível
Da alma branda.


 
















Tordilho

 Monto em meu tordilho
Cavalo de asas
Que cavalga lampeiro
Pelos campos a fora.

Tem fôlego incansável
Ao encontro do horizonte
Responde o galope
Com audácia, veloz.

Ofegante ligeiro
Não hesita, pula obstáculos
Não tem medo
Nem barreiras, alambrados.

Acometido de liberdade
Não perde tempo
Aproveita a maciez, tapetes verdejantes
Estendidos a majestade
Tordilho ousado.

Recesso


  
Recesso de cama
Tesão acomete
A pausa imposta
Estresse derruba.

Sem tempo, tudo às pressas
Não vá, fique
Quero te amar
Como antes, como sempre.

Nus em um paraíso
De pura realidade
O nosso, o melhor.
Nosso amor, sem pressa.

                                      

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Retratos existenciais: A descoberta na singularidade

No começo, somos apenas uma existência singular na descoberta do mundo, literalmente caindo e levantando-se, engatinhando e aprendendo a andar, e a descobrir em seus pormenores, todo o enredo de uma história fantástica: A VIDA.
Extrapolando o lúdico, as fantasias e saboreando-as na textura delicada, uma criança cresce “apreendendo” tudo a sua volta. Vai registrando os fatos, fotografando-os em sua mente curiosa, como flashback de situações inesquecíveis, lépidas, inóspitas..., e vai montando um quebra-cabeça que facilmente vai se encaixando, à medida que vai tomando conhecimento de formas, cores, dimensão e consequentemente, elaborando sua trajetória.
Através do contato tão particular entre o mundo imaginário e real, vai expressando seus gostos e preferências, e estabelecendo pelo tato, paladar, olfato, visão e audição, uma conexão de informações, e imergindo na percepção, detém a soberania do seu mundinho.
Constrói suas verdades, fabrica medos, liberta-se na imaginação, cria seus fantasmas, adota mimos como pedrinhas, flores, chupetas, travesseiros, objetos obsoletos como um talismã. Agarra-se neles para fugir do temido “bicho papão” ou o “velho do saco”. (Quem já não teve um travesseiro com penas de ganso na infância?). Tão fofinho e indivisível.
A criança vai criando seus mitos, e adotando uma postura de respeito e medo para com eles. Muitas vezes, zomba, ri, mas corre de medo do desconhecido. Esta é a beleza reverenciada na infância, a pureza da alma, ainda não contaminada com os “ditames” impuros das chagas do caráter.
Na infância somos protagonistas de nossas próprias histórias: de princesas, dragões, cavalheiros e fadas. Isto faz com que tenhamos capacidade para elaborar dentro do processo de desenvolvimento biopsicossocial, a própria identidade, continuando a ser o protagonista na realidade, com o livre-arbítrio para fazer escolhas e enfrentar os bichos papões que porventura apareçam.
A formação do caráter está ligada à herança genética e a personalidade, capacidade individual que trazemos conosco de conseguirmos perceber a vida, com limites a serem administrados de uma forma que não venham a prejudicar os outros, em uma conotação sadia de desenvolvimento psicológico e social. Saímos então da singularidade para “apreendermos” a capacidade de convivência mútua, ou seja, viver na pluralidade de gostos e escolhas, sabendo respeitar também, as escolhas e decisões alheias. Este processo inicia-se na infância, e precisa ser bem trabalhado e observado pelos pais e educadores, para que a criança consiga resolver suas dificuldades de convivência social já na tenra idade. Assim inicia o desenvolvimento das habilidades pessoais, aprofundadas no âmago do bom senso e usadas como limitadores do certo e errado nas ações, favorecendo as mudanças de atitudes e facilitando a condução sadia das relações sociais em todos os âmbitos: consigo mesmo, pais, filhos, cônjuge, amigos e profissionalmente, tendo um bom domínio existencial.
O indivíduo se conhece na singularidade, conseguindo ter percepção de si mesmo, se estiver apto para fazer a leitura da sua história, e deixar-se ver no espelho íntimo quem realmente é. Admitindo-se em qualidades e defeitos, buscando melhorar a qualidade de seus pensamentos, palavras e ações. Estes são os primeiros passos para conseguir um “entendimento” do eu e modificar-se na íntegra, ou seja, por inteiro. Mesmo que a modificação seja de uma forma fracionada, aos poucos, o importante é que um dia, ela consiga a ser “plena” em todas as questões pertinentes que necessitem serem modificadas.
E no teatro da vida, arena das emoções, dar aquele “Show de QE” nas agruras cotidianas, naqueles momentos que as pessoas acham que Deus os esqueceu. Esquecem que Deus não os esquece. Mas nos permite lembrar, mesmo contraditoriamente, que esquecemos de desatar nossos nós íntimos que nos fazem “melindrosos” para viver, e egoisticamente nos tornamos omissos a nós mesmos. Perdemos a cumplicidade conosco, para modificar a forma de percebermos a realidade, sem confrontá-la com os desejos íntimos, muitas vezes, “subversivos” e aquém as expectativas de crescimento interior, do uso do bom senso, do amadurecimento emocional e espiritual.
Somos dotados de inteligência qualitativa, por que não usá-la? O valor imensurável desta “energia vital” das emoções é que nos permite transformá-la em “qualidade de vida”, extraindo a mais pura essência da nossa alma, conduzindo a busca equilibrada das inspirações e objetivos, sabendo dosá-los em meio de infortúnios, afinal a vida é isto, intempéries. O tempo muda de repente, horas de sol, momentos de tempestade. E, às vezes, nubla, e te faz repensar, em tudo de novo! Recomeço. Todo dia é dia de recomeçar.
Vamos abrir uma caixa de “esperanças”, conscientes de que somos privilegiados para construirmos de forma altruísta e equilibrada, dias melhores, sem nos preocuparmos em demasia com o futuro, mas vivermos plenamente o nosso presente e estarmos dispostos a fazer a diferença em pensamentos, palavras e ações, executando-as plenamente, de bem com a VIDA.
A VIDA é um tesouro, que nos proporciona uma escola, aprendizado constante. São muitas descobertas, porém devemos evitar abrir todos os “baús” que nos apresentam, a fim de que, na curiosidade e inconsequência, deixemos nos envolver por coisas que não nos acrescentam, mas definham as emoções e fazem adoecer a alma. Pessoas e situações em declínio, onde há ruína de bons sentimentos, sensatez, amor, amizade, bondade... Vazias.
Ser sábios, prudentes, cautelosos faz parte de uma longa jornada, uma lição que devemos aprender na infância e jamais esquecê-la, pois poderá nos custar um infortúnio, por isso, estar sempre atento com quem se escolhe para ser parceiro (a) de jornada. Isto é válido em todos os sentidos: na amizade, amor e na profissão. Freud já dizia: “O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver”.
Vamos abrir nossas “caixinhas”, que são as diversas situações que a vida nos apresenta, sempre com bom senso, a fim que não tenhamos nossa retina ofuscada por um falso brilho.
Apreender as situações com um “olhar desperto”, pés no chão, e percebermos o que é melhor para nós, sempre distinguindo o bem do mal, vislumbrar a realidade tal como ela é, sem deixar-se engolir por devaneios, ilusão ou pelos subterfúgios da carência afetiva.

                                                                                  Iara Ladvig
                                                                                       

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Balada de Letras


Ao pôr-do-sol, confidencio ao vento
Algumas palavras
Inspiração em mitos melódicos
Em sentimentos que transcendem a vida
Magia da harmonia de Chopin
Nuances das melodias vienenses
Perdida nas quatro estações de Vivaldi.
No silêncio do misticismo oriental
Sigo as linhas de uma paralela,
No horizonte de mistas rajadas
Aquarela de um sonho dourado
Em uma triste tarde de setembro.

A quietude desfaz-se com o soneto da terra
Pássaros assobiam a harmonia
As árvores balouçam com a brisa
As águas agitam-se, morrem as ondas na areia
E o soneto de um sonho vivo
Perde-se no acinzentado, anoitece
Tocam os bandolins nas tavernas
Noitadas que não terminam
Sentimentos que  extravasam

Em balada de letras.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Inquietude


Desalinha o sossego
Afasta-me para longe
Convence a ficar de escanteio no jogo
Prevarica desejos
Ausência gera inquietude
Inquietude demais, incomoda
Desacomoda sentimentos
Debruço-me, perdida em lembranças.
Que já vieram e foram
Infinitas vezes.


Insensatez

 

                               
Juras que é o ultimo
Encontro da insensatez
Desejar o proibido
Ainda mais excitante
Digo que não posso, insistes.
Afronta, sem hesitar
Desejos contraditórios
Que caminham juntos
A luta pela posse do alimento
Que nutre a fome
Um deseja o corpo
O outro, amor
Sem acordo, promessas
Desejos na realidade
Na imaginação, o último

Apelo da insensatez.

Minha flor

 

Beija minha flor
que ávida abocanha,
o deleite do néctar.
Se esparrama morno
nas papoulas vermelhas
intumescidas e lânguidas
por um beijo quente.
No bafejar úmido
desejo, devora
o pólen da minha flor.

                              

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Modigliani

Despindo a alma

 


O sentimento que está escondido
É muito mais bonito que a imaginação
Amor latente.
Contamina milhões de células
Incrementa a adrenalina,
Acelera a pulsação.
Faz mágica em um encontro de dois,
Onde estrelas se desfazem,
Para acalentar sonhos.
Na madrugada,  rua adormecida,
Selam segredos de corpos amantes,
Despindo a alma de emoções.