domingo, 25 de março de 2018
sexta-feira, 23 de março de 2018
Beleza D' Alma
A beleza, outrora 'transitória'
Fixou-se
nos cartazes da academia
No
marketing das clínicas de estética
Nos
bisturis de tantas plásticas,
Mas uma
beleza silenciosamente resiste
Sem peso,
sem medidas, sem correias,
Em franca
transitoriedade evolutiva
A alma
quando ama se enobrece
A vida é
breve e passa,
Só a beleza
d'alma permanece.
Francisco Deliane
Francisco Deliane
quinta-feira, 22 de março de 2018
A origem do romance La Casa Amarilla.
Atipicamente, sugestionada a escrever o romance La
Casa Amarilla, após sonhos recorrentes, místicos ou inconscientes, da
adolescência a fase adulta. O sonho, ritualisticamente, começava e terminava do
mesmo jeito.
Um tanto questionadora, desde a adolescência, fiz a
releitura do sonho – como se fosse uma obra de arte – vislumbrando o cenário
lúgubre. A velha casa amarela tinha um muro, deteriorado, circundando o
terreno, e um enorme portão de ferro, cinza esmaecido. Na frente, uma figueira
frondosa com galhos cobertos de barba-de-pau suspensos. No interior do casario,
pouca mobília e uma colcha de retalhos sob a cama coberta por um véu. A
penumbra era iluminada por lamparinas a querosene, e um fardo de tristezas fustigava
a aura da casa. A mulher, aparentemente hispânica, tinha os cabelos longos e
negros. Trajava um vestido, longo e estampado, e trazia consigo, um filho
pequeno para criar. Um tempo, talvez, longínquo, parecia real. E assim,
concebeu-se a ambientação rudimentar do romance.
La Casa Amarilla é
um romance histórico (1927). No decorrer do enredo ficcional aborda temas,
longe dos clichês e sempre atuais, como as questões de gênero, raça e social.
Um enredo, doce e envolvente, levando o leitor a um Déjà-vu. Esboça, nas
entrelinhas, os moldes morais e culturais do patriarcado. Seculares e
norteadores da história da civilização, tornaram-se uma grande chaga de
desumanidades.
Entre uma e outra cena, pinçamos os episódios vivenciados
pela protagonista Teresa. Através das facetas do comportamento humano,
permeadas entre o bem e o mal: a perversão, desumanidade, preconceito,
desrespeito as diferenças, o direito das mulheres à liberdade, de ir e vir e
trabalhar.
Destemida, em tempos difíceis, uma mãe cria sozinha o filho
pequeno, assombrada pelas hordas e o coronelismo, à espreita, por trás das
garruchas. Teresa – entre outras tantas –
representa a verdadeira heroína.
Nessa história pleiteia-se um sentimento forte de consciência
nos bastidores do século XXI, de respeito a identidade feminina em todos os
âmbitos existenciais. Como qualquer outro indivíduo, a busca dos sonhos,
realização e felicidade. Felicidade construída na labuta cotidiana,
caracterizada por grandes, e principalmente, pequenas conquistas.
Teresa nos dá uma lição de superação, ultrapassando os
conceitos morais patriarcais, os quais muitas de nós, mulheres, culturalmente
permanecemos presas, como as lendárias mulheres de Atenas.
Apesar da resistência vil, o gênero se basta!
A autora.
O romance La Casa Amarilla encontra-se nas seguintes livrarias:
Em Porto Alegre - RS:
Letras & Cia
Shopping Paseo - Zona Sul
Espaço Cultural
Av. Getúlio Vargas, nº 1158
Em Gravataí - RS:
Livraria Santos
Gravataí Shopping Center
Em Camaquã - RS:
Livraria e Papelaria Conhecer
Em Santo Antônio da Patrulha - RS:
quarta-feira, 14 de março de 2018
A Cultura Machista: Tão viva quanto ontem.
A história remete ao preconceito de gênero, raça, classe social, paixões proíbidas, vidas de aparências, mentiras e traição. Mostra a mulher lutando por aquilo que acreditava ser a felicidade, desrespeitada e abusada por sua condição de gênero: Mulher.
A protagonista, Teresa, incansavelmente conquista seu espaço como mulher, degladiando-se cotidianamente com os freios morais machistas ditados pelo patriarcado e conduzidos a rédeas curtas pelos coronéis.
La Casa Amarilla é uma história que nos faz pensar que é preciso romper os laços com a cultura do patriarcado e recriar-se como mulher, deixando de alimentar as ideias retrógadas que insistem em permanecerem tão vivas quanto ontem.
Entrevista com a autora do romance La Casa Amarilla - Iara Ladvig
O romance histórico é ambientado em 1927, na cidade fictícia de Pinedos. Uma família de descendentes espanhóis, os Saavedra, é dizimada por doenças mortais, restando apenas mãe e filho, Teresa e Alejandro. Com pouco dinheiro e muitos hectares de terras férteis, recomeçam praticamente do zero. Com a escassez de recursos, reconstroem o casario amarelo, bastante desgastado pelas ações do tempo, e investem na cultura do café.
Em um passeio pela cidade, Teresa conheceu o vizinho lindeiro. E após anos de viuvez, entregou-se a uma paixão, entre uma série de encontros e desencontros amorosos. O bucólico se manifesta em cenas inquietantes, ou mesmo mornas, instigando o leitor a um quebra-cabeça de indagações.
Teresa, soberana em suas decisões, tornou-se a própria vilã ao entregar-se ao claustro dos ditames morais da época.
sexta-feira, 9 de março de 2018
quarta-feira, 7 de março de 2018
Despercebidos
Hoje caminhei
pela rota do entardecer. Fazia uma bela tarde, o sol poético tocando prelúdios
de primavera. Os pássaros gorjeavam o prenúncio da estação das flores. Na rua
ouvia-se, apenas, o farfalhar das folhas secas ao serem pisadas.
Ao caminhar,
costeando o rio Guaíba, senti o frescor da brisa batendo em meu rosto, os
cabelos esvoaçavam, sentia-me feliz por estar ali. As ondas vagueavam num
vaivém faceiro, um sussurro gostoso, convite irrecusável aos ouvidos.
Ensaios
fotográficos retratados pela retina. Algumas pessoas aproveitando para pegar
sol, passear com o cachorro e reunir-se com os amigos. E aqueles que não abrem
mão do tradicional chopinho de fim de tarde à beira do rio, com ingresso
gratuito ao espetáculo encenado pelo sol se pondo.
Apurei o passo,
no compasso de fim de tarde, fui caminhando até o lugar de sempre, o pórtico.
Lugar na medida para apreciar a beleza da natureza interagindo. Ao longe, veleiros deslizam sob águas tranquilas. Aos poucos, a tarde vai
caindo e o sol se retira do cenário. O entardecer se despede com um beijo
cálido.
Sigo o trajeto
pelas ruelas solitárias, admirando as casas enfileiradas, lado a lado, com seus
contrastes, cores, formas e estilos diferentes.
Cada uma abrigando sonhos, alegrias, tristezas, famílias, ou
simplesmente, vidas.
Ignoramos
detalhes que passam despercebidos. Deixamos de admirar tantas belezas
prendendo-nos a futilidades. Esquecemo-nos de viver, e então, também passamos
despercebidos de nós mesmos e dos outros.
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