quinta-feira, 22 de março de 2018

A origem do romance La Casa Amarilla.

Atipicamente, sugestionada a escrever o romance La Casa Amarilla, após sonhos recorrentes, místicos ou inconscientes, da adolescência a fase adulta. O sonho, ritualisticamente, começava e terminava do mesmo jeito.

Um tanto questionadora, desde a adolescência, fiz a releitura do sonho – como se fosse uma obra de arte – vislumbrando o cenário lúgubre. A velha casa amarela tinha um muro, deteriorado, circundando o terreno, e um enorme portão de ferro, cinza esmaecido. Na frente, uma figueira frondosa com galhos cobertos de barba-de-pau suspensos. No interior do casario, pouca mobília e uma colcha de retalhos sob a cama coberta por um véu. A penumbra era iluminada por lamparinas a querosene, e um fardo de tristezas fustigava a aura da casa. A mulher, aparentemente hispânica, tinha os cabelos longos e negros. Trajava um vestido, longo e estampado, e trazia consigo, um filho pequeno para criar. Um tempo, talvez, longínquo, parecia real. E assim, concebeu-se a ambientação rudimentar do romance.

La Casa Amarilla é um romance histórico (1927). No decorrer do enredo ficcional aborda temas, longe dos clichês e sempre atuais, como as questões de gênero, raça e social. Um enredo, doce e envolvente, levando o leitor a um Déjà-vu. Esboça, nas entrelinhas, os moldes morais e culturais do patriarcado. Seculares e norteadores da história da civilização, tornaram-se uma grande chaga de desumanidades.

Entre uma e outra cena, pinçamos os episódios vivenciados pela protagonista Teresa. Através das facetas do comportamento humano, permeadas entre o bem e o mal: a perversão, desumanidade, preconceito, desrespeito as diferenças, o direito das mulheres à liberdade, de ir e vir e trabalhar.

Destemida, em tempos difíceis, uma mãe cria sozinha o filho pequeno, assombrada pelas hordas e o coronelismo, à espreita, por trás das garruchas. Teresa –   entre outras tantas – representa a verdadeira heroína.

Nessa história pleiteia-se um sentimento forte de consciência nos bastidores do século XXI, de respeito a identidade feminina em todos os âmbitos existenciais. Como qualquer outro indivíduo, a busca dos sonhos, realização e felicidade. Felicidade construída na labuta cotidiana, caracterizada por grandes, e principalmente, pequenas conquistas.

Teresa nos dá uma lição de superação, ultrapassando os conceitos morais patriarcais, os quais muitas de nós, mulheres, culturalmente permanecemos presas, como as lendárias mulheres de Atenas.

Apesar da resistência vil, o gênero se basta!


A autora.    
                                                                                                     


O romance La Casa Amarilla encontra-se nas seguintes livrarias:

Em Porto Alegre - RS:


Letras & Cia 
Shopping Paseo - Zona Sul



Espaço Cultural
Av. Getúlio Vargas, nº 1158


Em Gravataí - RS:


         Livraria Santos
            Gravataí Shopping Center


Em Camaquã - RS:


                                                   

Livraria  e  Papelaria Conhecer


Em Santo Antônio da Patrulha - RS: